quarta-feira, 3 de junho de 2015

Homossexuais são barrados de doar sangue

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Com a chegada do inverno os estoques nos bancos de sangue ficam cada vez mais baixos. Por esse motivo a campanha de estimulação a doação acaba de ser lançada em todo país. Prédios e monumentos iluminados de vermelho. Essa campanha perdurará entre junho e julho época em que as doações costumam cair devido ao frio e das férias. E olha que não é tão complicado, “Quem tem mais de 50 quilos e que venha portando documento de Identidade com foto original, são requisitos básicos” Diz Cintia Arraes, hematologista da fundação Pró-sangue.

Muitas pessoas preenchem esse requisito, mas ainda assim não conseguem doar sangue. E entre essas pessoas, estão os homossexuais. “Antigamente existiam grupos de risco, que já foram banidos esse conceito e hoje em dia o, o conceito que se usa é comportamento de risco. Quando você faz o sexo não usando o preservativo ou não se prevenindo. Se um heterossexual que vai doar o sangue teve um comportamento de risco, ele está tão vulnerável quando um gay que vai doar” , Diz Fernando Quaresma, Presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT/SP, que segundo ele já tentou doar com uma amiga e foi impedido.

A determinação de homens homossexuais não poder participar dessa campanha existe em diversos países e foi criada nos anos 80, no auge da epidemia de AIDS. Hoje apesar das novas tecnologias, os bancos de sangue ainda rejeitam esses doadores.

De acordo com o ministério da Saúde, entre os homens que possuem HIV, há mais heterossexuais. Porem a proporção de homossexuais contaminados com o vírus tem aumentado, principalmente entre os mais jovens.  Uma portaria do ministério da Saúde diz que a orientação sexual não deve ser usada como critério para seleção de doadores de sangue. Mas outra portaria que estabelece quem pode e quem não pode fazer doação, exclui homens que tiveram relações sexuais com outros homens nos últimos 12 meses.

Nos Estados Unidos, o governo propôs mudar a regra há três semanas. Hoje, os homossexuais são impedidos de doar sempre. A proposta é que lá passe a valer a regra dos 12 meses sem relações homossexuais, como é no Brasil, na Argentina, Autrália, Suécia, Inglaterra, França, Hungria e Japão.

“Os exames de hoje, em média, levam 21 dias, três, até quatro semanas para você se certificar que a pessoa não tem o HIV. Então esse período deve ser encurtado com as novas tecnologias. Então, se você aplicar tecnologia mais sofisticadas nos bancos de sangue, você praticamente elimina essa discrição em relação à orientação sexual”, afirma o infectologista Caio Rosenthal que acredita que toda essa polêmica pode acabar com o investimento da ciência.

  

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