Com a chegada do inverno
os estoques nos bancos de sangue ficam cada vez mais baixos. Por esse motivo a
campanha de estimulação a doação acaba de ser lançada em todo país. Prédios e
monumentos iluminados de vermelho. Essa campanha perdurará entre junho e julho
época em que as doações costumam cair devido ao frio e das férias. E olha que
não é tão complicado, “Quem tem mais de 50 quilos e que venha portando
documento de Identidade com foto original, são requisitos básicos” Diz Cintia
Arraes, hematologista da fundação Pró-sangue.
Muitas pessoas preenchem
esse requisito, mas ainda assim não conseguem doar sangue. E entre essas
pessoas, estão os homossexuais. “Antigamente existiam grupos de risco, que já foram banidos esse
conceito e hoje em dia o, o conceito que se usa é comportamento de risco.
Quando você faz o sexo não usando o preservativo ou não se prevenindo. Se um
heterossexual que vai doar o sangue teve um comportamento de risco, ele está
tão vulnerável quando um gay que vai doar” , Diz Fernando Quaresma,
Presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT/SP, que segundo ele já
tentou doar com uma amiga e foi impedido.
A determinação de homens homossexuais não poder participar
dessa campanha existe em diversos países e foi criada nos anos 80, no auge da
epidemia de AIDS. Hoje apesar das novas tecnologias, os bancos de sangue ainda
rejeitam esses doadores.
De acordo com o ministério da Saúde, entre os homens que
possuem HIV, há mais heterossexuais. Porem a proporção de homossexuais contaminados
com o vírus tem aumentado, principalmente entre os mais jovens. Uma portaria do ministério da Saúde
diz que a orientação sexual não deve ser usada como critério para seleção de
doadores de sangue. Mas outra portaria que estabelece quem pode e quem não pode
fazer doação, exclui homens que tiveram relações sexuais com outros homens nos
últimos 12 meses.
Nos Estados Unidos, o governo propôs mudar a regra há três
semanas. Hoje, os homossexuais são impedidos de doar sempre. A proposta é que
lá passe a valer a regra dos 12 meses sem relações homossexuais, como é no Brasil,
na Argentina, Autrália, Suécia, Inglaterra, França, Hungria e Japão.
“Os exames de hoje, em média, levam 21 dias, três, até quatro
semanas para você se certificar que a pessoa não tem o HIV. Então esse período
deve ser encurtado com as novas tecnologias. Então, se você aplicar tecnologia
mais sofisticadas nos bancos de sangue, você praticamente elimina essa
discrição em relação à orientação sexual”, afirma o infectologista Caio Rosenthal
que acredita que toda essa polêmica pode acabar com o investimento da ciência.
Comente com o Facebook: